terça-feira, 18 de março de 2014

Nossa primeira acampada - Barra do Una - Reserva Ecológica Jureia-Itatins

Conforme prometido, segue o relato da nossa primeira acampada... O texto abaixo foi reproduzido pelo Marcos Pivari no site MaCamp, onde foi publicado em 27/01/2014.

           Na semana passada, imbuído pela vontade de passar o fim de semana em Guaraú, comecei a pesquisar preços de pousadas. Diversos e-mails enviados, muitos não respondidos. As pousadas que responderam forneceram valores absurdos de hospedagem, comparados com os melhores hotéis de São Paulo – o que em se tratando de Guaraú é um descalabro, superfaturamento total.


            Bem, na última vez que fomos para lá tínhamos visto que o Camping do Kojak dispunha de uns quartinhos para hospedagem, que no nosso caso é o ideal: afinal, quando viajamos só voltamos para a “base” para tomar banho e dormir. Então, tendo chuveiro e onde dormir, tanto faz. Nem eu, nem minha esposa e muito menos a nossa filha ligam pra isso.


            Pois bem. Eu liguei para o Kojak e ele me disse que o Guaraú tem ficado lotado aos finais de semana, que muito dificilmente ele teria um quartinho vago quando chegássemos. Aí ele falou de repente: “e por que vocês não ficam no camping?”. Respondi que “ah, nem barraca eu tenho!” Muito solícito, respondeu de pronto: “isso não é problema: eu empresto e monto a barraca para vocês!”


            Foi aí que eu me perguntei: “por que não?”. E ficou resolvido que iríamos para lá de qualquer jeito, e se não tivéssemos o quartinho ficaríamos na barraca emprestada. Animado com a ideia – e com vontade de reviver meus tempos de Escoteiro – comecei a vasculhar a internet atrás de dicas, informações e tudo mais. Encontrei o site do MaCamp e aí fiquei atiçado. Depois de ler muito, saí à compra das coisas básicas: colchonetes. No Wal Mart mesmo. Aí vi que tinha barracas lá também e resolvi comprar uma. Sabia que essas barracas não eram grande coisa quanto à chuvas, mas tudo bem: comprei também uma lona para fazer uma cobertura, outra para forrar a barraca por dentro, corda e um canivete. E fiquei pasmo com a quantidade de artigos para camping que existe hoje – coisas que nem sequer eram imaginadas na minha época de escoteiro, onde tudo tínhamos que adaptar ou criar a partir de sisal e bambu – e olha que não sou tão velho assim, tenho só 35 anos!


            Animadíssimo com o camping e ainda mais pelo fato de poder proporcionar uma “aventura” para nossa filha, que tem 8 anos e sonha em “ser bióloga, morar numa barraca no meio do mato para estudar os animais”, ficou decido que não iríamos para o Guaraú e sim para Barra do Una, ainda mais depois que obtive informações que Guaraú tem ficado parecido com o piscinão de Ramos...



Foz do Rio Una do Prelado
            
            Escolhido o camping, montamos a barraca e fomos curtir a praia e, principalmente a foz do Rio Una do Prelado. Ah, que tarde maravilhosa! O Camping do Peder estava praticamente vazio!

            À noite, uma tempestade se aproximou pelo mar. No silêncio total da madrugada, contávamos os segundos entre o relâmpago e o trovão para tentarmos ter uma ideia da distância, tamanho e deslocamento da chuva. A frente chuvosa era bem grande: estava entre 3 e 15 Km da costa e deslocou-se sobre o mar, não caindo uma só gota sobre nós. Mas trouxe uma ventania gostosa que nos refrescou dentro da barraca.

             Fiquei muito tempo ouvindo e prestando muita atenção no som dos trovões. É um som diferente do que estamos acostumados a ouvir na cidade: um som surdo, que muitas vezes eu confundia com o das ondas quebrando na praia. Ouvíamos primeiro o som do relâmpago e logo em seguida o seu eco nas montanhas atrás de nós. O vento mexia as árvores, as folhas, e o silêncio era tão grande que percebíamos nuances, sons diferentes a cada pé de vento que passava. Foi assim, dormindo numa barraca, sujeito a todos os elementos, que tive a certeza de que somos nada perante a Natureza. Que ela simplesmente não tem conhecimento de nossa existência. E que as coisas que costumamos dar valor são na verdade insignificantes. Na verdade, o som do silêncio (isso mesmo) e dos trovões nos seduziu!


            Foi uma experiência que todos deveriam ter ao menos uma vez na vida. E foi só o primeiro camping de muitos outros que virão! Com o tempo iremos aprendendo os macetes, comprando equipamentos melhores... E viajando cada vez mais!

Alexandre Magri

4 comentários:

  1. Camping do Peder, é um dos meus favoritos. Muito bom seu relato, e relamente não da mesmo para medir força com a natureza.
    Bem vindos ao campismo, esperamos encontrar com sua família em algum camping por ai.
    Abraços.
    Família Costa.

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    1. Muito obrigado pela visita! E sim, com certeza iremos nos encontrar por aí. Afinal, temos um mega feriado em Abril...

      Um abraço!

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  2. Olá amigo!
    Bem vindo a blogosfera campista!
    Adoramos o camping do peder e todo ano voltamos nele!
    também tenho um blog
    www.tripsnature.blogspot.com.br
    abraços

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    1. Obrigado, amigo! Seu blog também já está "linkado" aqui.

      Forte abraço!

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