Olá!
O blog começa a semana com uma novidade: a avaliação de produtos. As avaliações estão disponíveis no menu à esquerda da página. O primeiro produto avaliado é a Tenda Square Quechua, antigamente vendida pela Decathlon como "Diosaz TT Square". Confira a avaliação, e prepare-se para muitas outras no futuro!
Obrigado pela visita!
segunda-feira, 22 de junho de 2015
quarta-feira, 17 de junho de 2015
Ubatuba - Praia de Itamambuca
Depois de muito tempo, consegui uns momentos para atualizar o blog com nossa acampada de Janeiro/2015: o Padang Surf Camp, na praia de Itamambuca.
Itamambuca é uma praia localizada no município de Ubatuba e fica dentro de um condomínio. O acesso é liberado para todos - afinal a praia é pública. Tem 2 Km de extensão: na ponta esquerda há um costão rochoso e, na ponta direita, a foz do Rio Itamambuca, que vem da serra.
A praia é bastante atraente para os surfistas devido às suas ondas, mas a foz do rio faz com que seja aproveitável para toda a família. Um pouco antes do rio encontrar o mar, ele faz uma ferradura na praia, formando um "lago" atrás desta, onde não há ondas e nem correnteza.
A praia costuma encher nos finais de semana mais quentes, e como fica distante do camping e das pousadas da região, o negócio é chegar cedo para encontrar lugar para estacionar o carro: por ser um condomínio, as ruas que dão acesso à praia são tomadas por casas - e garagens, sobrando poucos lugares para estacionar. Além disso, a administração do condomínio cobra taxa de estacionamento rotativo (os paulistanos conhecem por "zona azul"). E, acredite, há fiscalização. Portanto, se preferir evitar a multa e o guincho, pague a tarifa na portaria do condomínio antes de entrar. Em Janeiro/2015, a taxa era de R$ 10, o dia todo.
Bem, a praia é linda. Mas vamos nos aventurar?
No camping, conversamos com um casal que estava acampado ao lado e ficamos sabendo que, na Praia de Picinguaba, era possível alugar um barco e ir até um dos paraísos da região: a Ilha das Couves. Dia seguinte, cedinho, fomos conferir.
A praia de Itamambuca fica no Km 36 da Rio-Santos. Se você vier de Ubatuba, ela fica no sentido Paraty. A praia de Picinguaba fica no Km 8, ou seja, são 28 Km de distância. Dado o número de radares, curvas, vistas maravilhosas pelo caminho, trânsito etc, o percurso leva uns 40 minutos. A saída é bem sinalizada, e dá numa rua estreitinha, asfaltada (cuidado com as lombadas) que, depois de uns 2 Km, acaba na praia.
A praia é pequena e cheia de pescadores e barqueiros. Não vale, por si, o passeio. Mas nosso objetivo era a ilha das Couves, lembra?
Conversamos com o barqueiro, o Júnior (Tel. (12) 99713-2178, que cobrou R$ 25 por pessoa) e combinamos o passeio: ele nos levaria até a ilha e nos traria de volta no fim da tarde. Os barcos que fazem o trajeto são aquelas voadeiras de alumínio, motor de popa, que levam cerca de 15 minutos para cumprir o trajeto.
A Ilha das Couves tem duas praias, ligadas entre si por uma "trilha" de 200m. a "primeira" praia é a mais cheia. Motivo: é a única que possui um bar-restaurante, que vende petiscos, bebidas e que faz com que o pessoal fique por lá mesmo. Um enorme chapéu de sol faz com que carregar guarda-sol seja um tanto opcional; porém no fim do dia o sol irá se por no mar, e aí o guarda-sol talvez tenha sua utilidade.
A praia é linda, embora tenha cerca de 200m. Não tem onda, a água só é poluída pelo óleo dos barcos que lotam a orla. Leve um óculos de natação: abrir os olhos debaixo d'água é como enfiar a cabeça num aquário.
Havíamos combinado a volta com o barqueiro: 17h. Mas estávamos em horário de verão, e resolvemos adiar para as 19h, pouco antes do pôr-do-sol. Valeu a pena:
E, pra finalizar, uma última foto, na estradinha que vai da praia de Picinguaba até a Rio-Santos:
O litoral Norte de São Paulo é maravilhoso. Seu acesso mais complicado (principalmente em feriados, por causa do trânsito) e mais distante da capital vale cada segundo de viagem. Para chegar a Ubatuba, o melhor caminho é seguir pelas Rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto até o final, na Dutra, e seguir por mais alguns quilômetros até Taubaté. Pegar a saída 111 sentido Ubatuba, e você seguirá pela Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125). Bem conservada, tem o percurso tranquilo embora seja feito em pista única. A parte mais complicada da estrada é a serra: o desnível de 1000 m da Serra do Mar é vencido em apenas 8 Km, o que faz da estrada uma ladeira bastante íngreme que você desce em primeira marcha (se não quiser chegar lá em baixo sem freios). Para evitar trânsito na subida - e os "anda-e-para", o ideal é deixar o retorno para as primeiras horas da manhã. Domingo à noite? Nem pensar.
Uma outra forma de chegar em Ubatuba é através de Caraguatatuba. A Rodovia dos Tamoios, que faz a ligação entre a Dutra (saída 150), a Carvalho Pinto (saída 96) e Caraguatatuba foi recentemente duplicada em seu trecho de planalto e, embora o trecho de serra ainda seja em pista simples, esta é mais larga e de menor inclinação, o que faz com que a fluidez seja melhor. Mas, em feriados, os 55 Km do trajeto entre Caraguatatuba e Ubatuba, feito pela Rio-Santos, pode levar até três horas para ser vencido.
Espero que tenham gostado - e ficado com vontade de conhecer estes lugares maravilhosos!
Até a próxima!
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Nossa casinha à noite... |
A praia é bastante atraente para os surfistas devido às suas ondas, mas a foz do rio faz com que seja aproveitável para toda a família. Um pouco antes do rio encontrar o mar, ele faz uma ferradura na praia, formando um "lago" atrás desta, onde não há ondas e nem correnteza.
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...E na hora do café da manhã (não repare a bagunça!) |
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A foz do Rio Itamambuca |
Bem, a praia é linda. Mas vamos nos aventurar?
No camping, conversamos com um casal que estava acampado ao lado e ficamos sabendo que, na Praia de Picinguaba, era possível alugar um barco e ir até um dos paraísos da região: a Ilha das Couves. Dia seguinte, cedinho, fomos conferir.
A praia de Itamambuca fica no Km 36 da Rio-Santos. Se você vier de Ubatuba, ela fica no sentido Paraty. A praia de Picinguaba fica no Km 8, ou seja, são 28 Km de distância. Dado o número de radares, curvas, vistas maravilhosas pelo caminho, trânsito etc, o percurso leva uns 40 minutos. A saída é bem sinalizada, e dá numa rua estreitinha, asfaltada (cuidado com as lombadas) que, depois de uns 2 Km, acaba na praia.
A praia é pequena e cheia de pescadores e barqueiros. Não vale, por si, o passeio. Mas nosso objetivo era a ilha das Couves, lembra?
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O "lago" formado do outro lado |
A Ilha das Couves tem duas praias, ligadas entre si por uma "trilha" de 200m. a "primeira" praia é a mais cheia. Motivo: é a única que possui um bar-restaurante, que vende petiscos, bebidas e que faz com que o pessoal fique por lá mesmo. Um enorme chapéu de sol faz com que carregar guarda-sol seja um tanto opcional; porém no fim do dia o sol irá se por no mar, e aí o guarda-sol talvez tenha sua utilidade.
A praia é linda, embora tenha cerca de 200m. Não tem onda, a água só é poluída pelo óleo dos barcos que lotam a orla. Leve um óculos de natação: abrir os olhos debaixo d'água é como enfiar a cabeça num aquário.
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A Viviane, quase sempre com um negócio desses na mão... |
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Isto não tem preço |
E, pra finalizar, uma última foto, na estradinha que vai da praia de Picinguaba até a Rio-Santos:
O litoral Norte de São Paulo é maravilhoso. Seu acesso mais complicado (principalmente em feriados, por causa do trânsito) e mais distante da capital vale cada segundo de viagem. Para chegar a Ubatuba, o melhor caminho é seguir pelas Rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto até o final, na Dutra, e seguir por mais alguns quilômetros até Taubaté. Pegar a saída 111 sentido Ubatuba, e você seguirá pela Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125). Bem conservada, tem o percurso tranquilo embora seja feito em pista única. A parte mais complicada da estrada é a serra: o desnível de 1000 m da Serra do Mar é vencido em apenas 8 Km, o que faz da estrada uma ladeira bastante íngreme que você desce em primeira marcha (se não quiser chegar lá em baixo sem freios). Para evitar trânsito na subida - e os "anda-e-para", o ideal é deixar o retorno para as primeiras horas da manhã. Domingo à noite? Nem pensar.
Uma outra forma de chegar em Ubatuba é através de Caraguatatuba. A Rodovia dos Tamoios, que faz a ligação entre a Dutra (saída 150), a Carvalho Pinto (saída 96) e Caraguatatuba foi recentemente duplicada em seu trecho de planalto e, embora o trecho de serra ainda seja em pista simples, esta é mais larga e de menor inclinação, o que faz com que a fluidez seja melhor. Mas, em feriados, os 55 Km do trajeto entre Caraguatatuba e Ubatuba, feito pela Rio-Santos, pode levar até três horas para ser vencido.
Espero que tenham gostado - e ficado com vontade de conhecer estes lugares maravilhosos!
Até a próxima!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Ilhabela: Camping Pedra do Sino
Depois de meses - a última acampada tinha sido na Páscoa, em Abril, lá no Dona Esmeralda - resolvemos rever os amigos. E desta vez o local escolhido foi o Camping Pedra do Sino, na praia homônima de Ilhabela.
Tivemos sorte na ida: chegamos na fila da balsa por volta de 9h da manhã do sábado e embarcamos logo de cara. Mas os amigos chegaram na fila menos de uma hora depois e encararam uma fila de duas horas! Então, a primeira dica que damos é, se você não quer esperar a boa vontade da fila, saiba que é possível agendar a travessia. Isto é feito no site da DERSA, e custa mais ou menos R$ 50 além do valor da travessia normal. Você pode agendar (e reagendar, caso mude de ideia de horário) um só trecho (a ida ou a volta da ilha). Embora a travessia de ida para a ilha seja mais tranquila (se você chegar cedo), a volta aos domingos costuma ser bem complicada. Juro que, da próxima vez, agendarei a volta: ficar horas na fila pra depois encarar a viagem até São Paulo cansa.
Tivemos sorte na ida: chegamos na fila da balsa por volta de 9h da manhã do sábado e embarcamos logo de cara. Mas os amigos chegaram na fila menos de uma hora depois e encararam uma fila de duas horas! Então, a primeira dica que damos é, se você não quer esperar a boa vontade da fila, saiba que é possível agendar a travessia. Isto é feito no site da DERSA, e custa mais ou menos R$ 50 além do valor da travessia normal. Você pode agendar (e reagendar, caso mude de ideia de horário) um só trecho (a ida ou a volta da ilha). Embora a travessia de ida para a ilha seja mais tranquila (se você chegar cedo), a volta aos domingos costuma ser bem complicada. Juro que, da próxima vez, agendarei a volta: ficar horas na fila pra depois encarar a viagem até São Paulo cansa.
A Praia do Sino fica a 10 Km da balsa, sentido Norte da ilha (ao sair da balsa, vire à esquerda, sentido Centro). As praias são todas muito bem sinalizadas e o caminho é uma reta só, impossível se perder.
O camping fica uns 150 metros após a Praia, à direita.
O terreno do camping é um aclive, mas os proprietários criaram diversos platôs: sua barraca sempre vai ficar no plano.
O camping fica uns 150 metros após a Praia, à direita.
O terreno do camping é um aclive, mas os proprietários criaram diversos platôs: sua barraca sempre vai ficar no plano.
Há piscina, duas baterias de banheiros (ambas com chuveiro elétrico), uma sala de TV, uma cozinha comunitária enorme, churrasqueira. Tudo é muito limpo, arrumado e bem cuidado. Não há nenhum tipo de comércio no camping - mas há um bom mercadinho a 500m. Na praia há duas opções: um restaurante (que achamos caro) e o Quiosque do Miro, mais barato.
O interessante do camping é que, além das barracas, o hóspede pode ser instalar também em suítes, chalés, trailers (sim, há vários fixados no local) e até mesmo um motor-home!
Gostamos muito do local, do atendimento e, claro, de rever os amigos e conhecer novos!
O interessante do camping é que, além das barracas, o hóspede pode ser instalar também em suítes, chalés, trailers (sim, há vários fixados no local) e até mesmo um motor-home!
Gostamos muito do local, do atendimento e, claro, de rever os amigos e conhecer novos!
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Como não passar calor numa acampada
Toda barraca que conheço vira um forno rapidamente assim que começa bater sol nela. Isso acontece porque sua altura é baixa, e por mais ventilada que seja a barraca, o ar quente (que, por ser menos denso, sobe e fica próximo ao teto) não tem muito por onde sair, até por causa da necessidade de impermeabilização do tecido. A diferença entre uma barraca bem ventilada e outra não tão boa é o tempo que ela demora para esfriar assim que o sol se põe, permitindo uma noite de sono agradável.
Porém, por mais bem projetada que seja sua "casa", a ventilação pode ser melhorada com um simples cuidado na hora de montar: sempre monte o sobreteto o mais distante possível da "barraca interna" (ou quarto). É justamente essa distância que vai garantir que o ar fresco penetre e empurre o ar aquecido para fora. Além do mais, sobreteto distante da barraca interna evita que a umidade penetre dentro da barraca em caso de chuva.
Mas neste calor saariano que vivemos, muitas vezes é preciso uma ajudinha extra. Como levar um ar condicionado portátil seria muito over, um ventilador pequeno já ajuda, ainda mais que a gente só fica dentro da barraca à noite, período que costuma ser menos infernal...
Eu já havia comprado um ventilador pequeno, da Ventisol, , como vimos neste post. Mas ele tem um "problema": só funciona na energia e, dado seu tamanho, não é lá essas coisas. Peregrinando pela internet dias atrás, achei um outro modelo e não resisti: trata-se de um modelo da O2 Cool, com 30cm de diâmetro e que funciona também a pilhas (muitas delas: 8, e das grandes!).
O ventilador O2 Cool. |
Segundo o fabricante, se o equipamento for usado com pilhas alcalinas, elas duram até 40 horas de funcionamento se o ventilador for usado na velocidade baixa (que não é tão baixa assim).
Encaro as pilhas como uma situação de emergência, como uma acampada num lugar que não ofereça energia, pois o ventilador vem também com um adaptador AC bivolt.
Seria ótimo utilizar pilhas recarregáveis, mas o preço delas ainda é muito alto (não que as alcalinas grandes sejam baratas, mas com o preço de uma só pilha recarregável dá pra comprar 4 das alcalinas)...
Acampada de páscoa: Pousada Dona Esmeralda
Ufa!
Esta acampada foi a estreia da nossa Zeus 6, da Guepardo. Apanhamos um pouco na montagem (eu não a tinha montado ainda), mas acabou dando certo. Fiquei impressionado pela quantidade de pontos de ancoragem da barraca e do quarto interno - ponto positivo para a Guepardo. O quarto da barraca é realmente espaçoso (mede 3x3m e tem dois metros de altura no centro) e o pequeno avancê é muito útil para proteger as tralhas da chuva; porém não tem piso.
Depois de algum muito tempo sem postar nada, chega a hora do relato de nossa acampada de... Páscoa!
Escolhemos o Camping Dona Esmeralda, em São José do Barreiro (SP). Embora o trânsito tenha sido muito ruim (na ida e na volta), a acampada foi, como sempre, revigorante.
Conhecemos muitas pessoas legais, descansamos, enfim... Nos arredores do camping há uma trilha para a Cachoeira da Usina, que é de fácil acesso (uns 2 Km de caminhada, com aclives leves). Como toda "cachu", qualquer esforço será recompensado ao chegar...
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Cachoeira da Usina |
Esta acampada foi a estreia da nossa Zeus 6, da Guepardo. Apanhamos um pouco na montagem (eu não a tinha montado ainda), mas acabou dando certo. Fiquei impressionado pela quantidade de pontos de ancoragem da barraca e do quarto interno - ponto positivo para a Guepardo. O quarto da barraca é realmente espaçoso (mede 3x3m e tem dois metros de altura no centro) e o pequeno avancê é muito útil para proteger as tralhas da chuva; porém não tem piso.
No segundo dia enfrentamos uma tempestade, mas o saldo foi apenas alguns espeques soltos e uma goteira no avancê, causado por falha na impermeabilização da costura - ponto negativo para a Guepardo, mas trata-se de um problema simples que foi resolvido mediante a aplicação de um selador de costuras. Nosso "vizinho" disse que a barraca se dobrou inteira, mas não tivemos varetas quebradas: outro ponto positivo para a fabricante, que não economizou na espessura das varetas. O que fiz, para garantir as acampadas futuras, foi comprar espeques mais resistentes e longos. E para facilitar a sua visualização, eu pintei todos eles de laranja fluorescente: assim fica mais difícil perdê-los mesmo que a grama esteja alta.
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O que será que a Viviane foi fazer logo depois desta foto? |
Bem, é isto.
Muito obrigado!
sexta-feira, 11 de abril de 2014
Como montar um kit iniciador de fogo
Saudações!
Numa postagem anterior nós vimos como fazer em casa um acendedor barato, muito prático, eficiente e sobretudo duradouro e que não tem problemas com umidade. Agora, é hora de a gente saber o que é um kit básico iniciador de fogo, que vale tanto para uso em camping como em travessias.
A menos que você caia no meio de uma floresta de pára-quedas e sem equipamento algum, o kit de fogo é algo que tem que ser levado sempre que você sair da civilização, em especial se a viagem incluir trilhas ou travessias.
O fogo é primordial: com ele conseguimos cozinhar, esterilizar água, nos aquecer. De quebra, as chamas ainda afastam animais e aumentam as chances de sobrevivência caso você se perca no meio da trilha, uma vez que pode ser usada também para sinalização.
Embora seja possível acender fogo apenas com a fricção de gravetos, este método além de ser extremamente cansativo necessita de iscas muito secas, o que é virtualmente impossível de ser encontrado no meio de florestas tropicais: a umidade nestes locais é tanta que, mesmo que fique dias sem chover, o chão (e as folhas e todas as possíveis iscas) não estarão secas o suficiente. E o sucesso desses métodos dependem de muito treinamento. Numa situação de emergência, o esforço para se acender fogo usando esses métodos, mesmo que as iscas e os gravetos estejam extremamente secos, chega a ser uma tarefa sobrehumana.
Desta forma, nada melhor do que se preparar. Tenha algo em mente: nunca dependa de um só método para acender o fogo. Se você gosta de usar isqueiros, tenha mais um sobressalente: o gás pode acabar, o isqueiro quebrar ou simplesmente ser perdido. Se prefere a pederneira, tenha também uma caixa de fósforos impermeáveis (caros e difíceis de encontrar) ou os impermeabilizados em casa, que vamos ver mais abaixo como fazer.
No meu kit de fogo, levo:
Use um pote plástico, de preferência bem vedado para transportar seu kit. Se tiver dúvidas quanto à impermeabilização, acondicioná-lo dentro de um saco plástico bem fechado é suficiente. Tenha em mente que vai chover, mesmo que o dia esteja ensolarado. Sempre prepare-se para o pior cenário possível; assim, você sempre estará bem equipado.
Agora vamos ver cada item que compõe meu kit:
1) As iscas
Tenha sempre dois tipos de isca. A quantidade deve ser proporcional ao número de dias que se pretende depender do kit. No caso de travessias, aumente este número em 4 dias: é o tempo médio que um sobrevivente demora para ser localizado pelas equipes de resgate.
As bolinhas de algodão embebidos em vaselina líquida e revestidas em parafina são muito interessantes: repelem a umidade, acendem fácil e queimam por tempo suficiente para acender o fogo mesmo que a lenha não esteja muito seca. Cada bolinha dessas dura de 15 a 20 minutos; você pode economizar cortando-a ao meio caso perceba que a fogueira irá acender facilmente.
Note que eu tive o cuidado de preferir um modelo maçarico transparente, pois assim é mais fácil acompanhar a quantidade de gás no reservatório. Além disso, o modelo escolhido é dotado de trava de segurança, que impede o acionamento involuntário.
Por serem feitos de madeira muito seca, os palitos são verdadeiras esponjas de umidade: mesmo em casa, é difícil acender os fósforos de uma caixa que ficou muito tempo guardada. A parafina faz uma "capa" estanque em torno dos palitos, aumentando a resistência à umidade: os palitos pegarão fogo facilmente mesmo depois de molhados. Além disso, depois de acesos, o calor derrete a parafina que envolve o palito e cria uma chama mais forte e mais duradoura, ainda que bastante suscetível a ventos.
Numa postagem anterior nós vimos como fazer em casa um acendedor barato, muito prático, eficiente e sobretudo duradouro e que não tem problemas com umidade. Agora, é hora de a gente saber o que é um kit básico iniciador de fogo, que vale tanto para uso em camping como em travessias.
A menos que você caia no meio de uma floresta de pára-quedas e sem equipamento algum, o kit de fogo é algo que tem que ser levado sempre que você sair da civilização, em especial se a viagem incluir trilhas ou travessias.
O fogo é primordial: com ele conseguimos cozinhar, esterilizar água, nos aquecer. De quebra, as chamas ainda afastam animais e aumentam as chances de sobrevivência caso você se perca no meio da trilha, uma vez que pode ser usada também para sinalização.
Embora seja possível acender fogo apenas com a fricção de gravetos, este método além de ser extremamente cansativo necessita de iscas muito secas, o que é virtualmente impossível de ser encontrado no meio de florestas tropicais: a umidade nestes locais é tanta que, mesmo que fique dias sem chover, o chão (e as folhas e todas as possíveis iscas) não estarão secas o suficiente. E o sucesso desses métodos dependem de muito treinamento. Numa situação de emergência, o esforço para se acender fogo usando esses métodos, mesmo que as iscas e os gravetos estejam extremamente secos, chega a ser uma tarefa sobrehumana.
Desta forma, nada melhor do que se preparar. Tenha algo em mente: nunca dependa de um só método para acender o fogo. Se você gosta de usar isqueiros, tenha mais um sobressalente: o gás pode acabar, o isqueiro quebrar ou simplesmente ser perdido. Se prefere a pederneira, tenha também uma caixa de fósforos impermeáveis (caros e difíceis de encontrar) ou os impermeabilizados em casa, que vamos ver mais abaixo como fazer.
No meu kit de fogo, levo:
- Duas ou três iscas (do post anterior);
- Tiras de câmara de ar;
- Um isqueiro tipo maçarico;
- Um isqueiro comum (prefira os mais confiáveis);
- Pederneira;
- Uma vela comum.
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Meu kit |
Agora vamos ver cada item que compõe meu kit:
1) As iscas
Tenha sempre dois tipos de isca. A quantidade deve ser proporcional ao número de dias que se pretende depender do kit. No caso de travessias, aumente este número em 4 dias: é o tempo médio que um sobrevivente demora para ser localizado pelas equipes de resgate.
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As iscas que fiz, mostradas no post anterior. São bolinhas de algodão embebidas em vaselina líquida e depois mergulhadas na parafina derretida |
As tiras de borracha facilitam muito o acender de gravetos, folhas e coisas que você encontrar no mato e que também não estejam muito secas. A borracha acende facilmente e com fogo considerável. Você pode envolver o ninho de folhas secas na tira de borracha.
A vela também pode ser útil: pode ser mais fácil acender o ninho de folhas secas com a vela do que com o fósforo ou o isqueiro.
2) Os isqueiros
Tenha sempre dois: um comum e, se possível, um do tipo maçarico. Isqueiros comuns duram uma eternidade, mas acendê-los sob qualquer brisa mais forte é uma tarefa que tira a paciência de qualquer um. Os do tipo maçarico possuem uma chama mais quente (em torno de 1.100ºC) e são menos suscetíveis a ventos. Há também os que usam combustíveis líquidos (como os famosos Zippo). Eu particularmente prefiro os à gás porque o combustível líquido é muito volátil e tende a acabar em poucos dias.
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A chama, quase imune ao vento |
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O isqueiro tipo maçarico |
Note que eu tive o cuidado de preferir um modelo maçarico transparente, pois assim é mais fácil acompanhar a quantidade de gás no reservatório. Além disso, o modelo escolhido é dotado de trava de segurança, que impede o acionamento involuntário.
3) A pederneira e os fósforos à prova d'água
Quem já viu o Bear Grylls no Discovery deve ter percebido que ele gosta mesmo é da pederneira. Nada mais é do que uma barra de magnésio. Normalmente o outro lado da barra de magnésio há um flint (a parte preta) e um riscador (a chapa de metal verde). Primeiro deve-se tirar lascas do magnésio com o canivete, com o cuidado de fazer com que as farpas fiquem sobre a isca. Depois, atrita-se o riscador com o flint. As faíscas geradas irão inflamar o magnésio raspado e o fogo terá início. Sua principal vantagem é funcionar mesmo molhada, e sua desvantagem é que ela pode quebrar. E acender uma isca com essas faíscas também não é uma tarefa fácil. No meu kit, a pederneira é a "saída de emergência", quando nada mais der certo.
Além dos isqueiros, é bom ter à mão também uma caixa de fósforos. Nunca dependa só deles: embora os palitos possam ser impermeabilizados, eu ainda não vi nenhum método eficiente para impermeabilizar o riscador da caixa - daí a necessidade de proteger o kit da umidade.
Impermeabilizar os fósforos é muito fácil: basta mergulhá-los na parafina derretida por alguns segundos. Dica: aproveite a parafina que sobrou das iscas de algodão para fazer isso.
Só não se esqueça de tirar com a unha a parafina de uma parte da cabeça do palito antes de riscá-lo, pois senão a parafina pode se acumular na lixa riscadora da lateral da caixa e inutilizá-la.
Enfim, cada um tem suas preferências, seus métodos que julga mais eficiente na hora de acender o fogo. Como visto, meu kit reúne várias formas diferentes de acender o fogo, e isto é importante porque nunca sabemos em que condições encontraremos a lenha da fogueira. O intuito aqui é divulgar a ideia, servir como base para que você monte o seu.
E já que estamos falando de situações emergenciais, é bom relembrar algumas dicas básicas no caso de você se perder no meio da trilha:
- O ideal é sempre estar equipado; como dito lá em cima, prepare-se sempre para o pior cenário possível. Leve apenas o essencial, pois o peso da sua mochila é um de seus inimigos;
- Conheça o lugar para onde vai. Tenha um mapa e uma bússola, e saiba usá-los;
- Evite fazer travessias ou trilhas muito extensas sozinho;
- Avise seus familiares de seus planos, em detalhes. Planeje sua rota, estime o tempo que ficará afastado e quando fará contato. E deixe claro que se o contato não acontecer no dia determinado, você provavelmente estará perdido e as equipes de resgate devem ser acionadas;
- Caso se perca, admita que está perdido e procure abrigo. Evite deslocamentos desnecessários, pois só piorarão o seu estado físico e psicológico. Mantenha a calma: o pior inimigo do raciocínio é o desespero;
- Estando perdido, procure um local seguro para seu estacionamento: evite proximidade de encostas caso haja chances de chuva. Evite também locais muito próximos a rios. Procure uma clareira próxima ao local escolhido e acenda uma fogueira, que será usada para sinalização.
- Não acenda fogueiras sob o copado das árvores: a fumaça não ultrapassará as árvores e poderá ser facilmente confundida com a evaporação natural, dificultando as buscas.
- Ao ouvir barulho de aeronaves, mesmo que não as veja, use a fogueira para provocar fumaça: atire nela ramos verdes ou, se possível, algum pedaço de borracha, óleo ou algo que produza fumaça preta (durante o dia).
- Procure descansar o máximo possível, economizando energia.
- Novamente, mantenha a calma. O resgate chegará.
Um abraço a todos e obrigado pela visita!
domingo, 6 de abril de 2014
Acendedor caseiro para fogueira
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As bolinhas |
Acendedor de fogueira feito em casa: cada bolinha dessa queima com fogo bem alto por 15 a 20 minutos. Mais barato e eficiente do que aqueles acendedores vendidos no mercado. E ainda acendem facilmente apenas com uma pederneira, ideal para levar no seu kit de fogo bushcraft.
Para fazer é bem fácil, veja só:
Para fazer é bem fácil, veja só:
1) Materiais necessários:
- Um rolo de algodão pequeno (25g) ou aqueles já vendidos em bolinhas;
- Um frasco de vaselina líquida, vendida em farmácias por menos de R$ 5;
- Uma vela "7 dias" ou a mesma quantidade (250g) em velas pequenas (compre da cor mais barata que tiver: você não vai fazer oferenda!)
- Uma panela
- Um pegador de salada ou algo que o valha.
- Um frasco de vaselina líquida, vendida em farmácias por menos de R$ 5;
- Uma vela "7 dias" ou a mesma quantidade (250g) em velas pequenas (compre da cor mais barata que tiver: você não vai fazer oferenda!)
- Uma panela
- Um pegador de salada ou algo que o valha.
2) Como fazer
- Divida o algodão em bolinhas. Quanto maior as bolinhas, mais tempo duram os acendedores; os que fiz tem uns 4 cm de diâmetro;
- Embeba cada bolinha com vaselina líquida. Deixe bem encharcadas;
- Quebre a vela em pedaços e coloque na panela. Se usar fogão à gás, coloque a panela em banho-maria. Se usar fogão elétrico, pode colocar a panela direto sobre a fonte de calor.
- Quando a parafina derreter, mergulhe as bolinhas na parafina e deixe que absorvam o líquido.
- Retire da panela usando o pegador, deixe esfriar até que endureçam e pronto!
- Embeba cada bolinha com vaselina líquida. Deixe bem encharcadas;
- Quebre a vela em pedaços e coloque na panela. Se usar fogão à gás, coloque a panela em banho-maria. Se usar fogão elétrico, pode colocar a panela direto sobre a fonte de calor.
- Quando a parafina derreter, mergulhe as bolinhas na parafina e deixe que absorvam o líquido.
- Retire da panela usando o pegador, deixe esfriar até que endureçam e pronto!
Na hora de acender, puxe uma pontinha do algodão, fazendo um biquinho na bolinha. Se estiver usando pederneira, abra a bolinha ao meio. Como duram bastante tempo queimando, você pode inclusive usar só metade de cada bolinha.
As 25g de algodão são suficientes para umas 15 bolinhas. A vaselina, para umas 30. Por conterem hidrocarbonetos (a parafina e a vaselina), ao queimar soltam alguma fuligem, portanto não recomendo seu uso em rechauds. Mas pelo fogo bem forte e duradouro, são ótimas para acender fogueiras e churrasqueiras.
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O fogo queima alto assim por 15~20 minutos |
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